quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Campeões do Freio de Ouro



O Freio de Ouro como conhecemos foi oficializado em 1982 pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. Desde então, levar para sua cabanha o troféu de Campeão tornou-se sonho de todo criador de cavalos da raça. Os 28 anos de Freio tem muitas histórias para contar: de superação, desafio, surpresa, angústia. Uma história construída com muito suor e no lombo de uma das mais resistentes raças equinas. Conheça os Grandes Campeões e Campeãs dessa saga!






1982

O primeiro Grande Campeão do Freio de Ouro foi Itaí Tupambaé, filho de La Invernada Hornero (consagrado reprodutor da raça) e Preciosa dos Cinco Salsos, do criador Oswaldo Pons, um histórico crioulista de Uruguaiana. No ano em que um campeão se soltou e provocou correria na multidão, a Expointer recebeu a visita do então presidente da República e aficionado por cavalos, general João Batista Figueiredo.








1983


Neste ano, a prova do Freio de Ouro foi batizada com o nome de Roberto Bastos Tellechea, uma homenagem póstuma a esse incentivador da raça crioula. Coincidência ou não, o Grande Campeão daquele ano foi um animal de propriedade do irmão de Roberto, o veterinário Flávio. O BT Olvido, montado por Valmiro Brazeiro Falcão, inaugurou uma longa tradição de campeões batizados com as iniciais dos dois.







 
1984



O então Ministro da Agricultura, Nestor Jost, abriu a Expointer em nome do presidente João Batista Figueiredo. O Grande Campeão foi Hotelo de São Martim, da Cabanha do Pastoreio, localizada em Camaquã.














1985


A Expointer de 1985 abriu em clima de protestos contra o tabelamento da carne. Antes da inauguração oficial, com a presença do então presidente José Sarney, governo e pecuaristas chegaram a um acordo. O Grande Campeão do Freio daquele ano foi Itaipu de São Martim, da cabanha bageense São Martim.









1986


Montado por Itamar Martins, BT Sargento foi o Grande Campeão da prova. Sargento foi o segundo cavalo com as iniciais dos irmãos Bastos Tellechea a receber o prêmio. Naquele ano, a Expointer entrou de vez no calendário do agronegócio, vendendo quase Cz$ 90 milhões em duas semanas de feira.









1987



Sem a presença de Sarney, que foi representado por Brossard, a Expointer chegou à sua 10ª Edição. Já o sexto Grande Campeão do Freio de Ouro foi BT Salitre, da Cabanha Butiá, de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.











1988



O desempenho do cavalo crioulo na XI Expointer foi considerado fora de série: Negrito BT Utrillo, de propriedade de Flávio Bastos Tellechea, foi vendido pelo valor recorde de Cz$ 10 milhões. Na pista, outro fora de série foi o campeão: Butiá Arunco, da Cabanha Butiá, de Passo Fundo.










1989



Novo recorde nacional da raça crioula foi batido novamente pelos Tellechea: o vencedor do Freio de Ouro, BT Brazão do Junco, foi leiloado por NCz$ 188 mil. Ainda assim, com a inflação, o preço dos animais equivaliam ao dobro do valor em termos reais em relação à última Expointer.










1990



Ao entrar em pista, Nobre Tupambaé, de Oswaldo Dornelles Pons, foi ovacionado como um campeão, mas ainda faltava a disputa na mangueira contra Butiá Arunco, de propriedade de Bertagnolli e Filhos. Só deu Nobre: o cavalo emocionou o público, bateu Arunco, confirmou seu pai Hornero como o melhor crioulo da história brasileira e despediu-se das pistas junto com outro campeão, o ginete Wilson Souza.








1991



A XIV Expointer entrou para a história pelas vendas baixíssimas, o que adiou o investimentos em novos pais de cabanha. A frustação da lavoura bateu em cheio. Mas não na pista da competição, onde Hospedeiro de Santa Edwiges, da cabanha Irui, de Cachoeira do Sul, levantou o Freio de Ouro.










1992



No ano em que BT Balconero, de Porto Alegre, foi o Grande Campeão, a Expointer foi visitada por outro campeão das pistas, as de asfalto: o citricultor Émerson Fittipaldi. Demonstrando a mesma audácia dos tempos de Fórmula 1 e Fórmula Indy, ele fechou negócio milionário ao acrescentar 30 tratores à sua frota.

 






 
1993
Macho - Entre os machos, a regularidade foi o fator determinante para a vitória na final do Freio. La Frontera Tormento, com 20,683 pontos, montado por Vilson Charlat de Souza e de propriedade de Astrogildo Amaral e Cláudio Strassburger, foi o Grande Campeão daquele ano.

Fêmea - Um ano com destaque feminino: Eliana Sussenbach, de Bagé, venceu a primeira Prova Feminina da Raça Crioula, montando Novelo da Escondida, com a atriz Ingra Liberato na bancada de jurados. Também pela primeira vez, éguas disputaram o Freio em categoria separada. Gaita do Mata-Olho, de Uruguaiana, entrou para a história como a Grande Campeã do Freio.
1994

Macho - Pela primeira vez nos 13 anos de história do Freio de Ouro, o ganhador é um animal trabalhado pela técnica de doma racional. Entre os machos, BT Butiá, tordilho vinagre da Sementes e Cabanha Butiá, de Passo Fundo, montado pelo ginete Marcelo Bertagnolli, levou o prêmio de Grande Campeão, após os dois terem terminado a competição do ano anterior em terceiro lugar.

Fêmea - Na categoria das fêmeas, Já Namorada, da Fazenda Santa Edwiges, de Herval do Sul, foi a Grande Campeã do Freio. Outro destaque da Expointer foi o Martelo de Ouro, troféu criado para premiar 13 leiloeiros rurais gaúchos.
1995

Macho - Uma das finais mais estrelada do Freio de Ouro: a disputa reuniu BT Butiá (vencedor em 1994), Rico Raco Tupambaé (Freio de Bronze 1994) e BT Barão (finalista em 1992). Mas o premiado foi um azarão: BT Faceiro do Junco, de Rio Pardo, derrotou os favoritos e sagrou-se campeão.

Fêmea - Nas fêmas, o embate envolveu Imperatriz 06 do Maufer, Escarapela de Santa Angélica, BT Donzela, Galopera La Invernada do Pastoreio e Bárbara da Capa (Freio de Prata 1994). Escarapela de Santa Angélia, da cabanha Santa Angélica, de Herval, no Rio Grande do Sul, que já havia sido primeiro lugar na final regional de Esteio, levou o Freio de Ouro para casa.
1996

Macho - Na febre da novela Rei do Gado, o grande destaque da Expointer daquele ano foi a presença do ator Antônio Fagundes. Mas os reis também brilharam no Freio de Ouro, onde Debochado do Quartel Mestre, de Santo Antônio do Pinhal, da cabanha Fleurycidade, foi o grande vencedor.

Fêmea - JA Paloma, da Fazenda Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul, sagrou-se Grande Campeã entre as fêmeas. Era o terceiro prêmio daquela que seria a cabanha mais vezes vencedora do Freio de Ouro.
1997

Macho - No ano em que a Expointer completou 25 anos, o rei da festa foi BT Inteiro do Junco, de propriedade de João Paulo Dumoncel, de Santa Bárbara do Sul (RS), com média final de 20,149 pontos. Inteiro do Junco foi montado por Laurindo Afonso, que conquistava naquele ano seu terceiro Freio de Ouro.

Fêmea - Já a rainha, a zaina negra Devassa de Santa Angélica, da cabanha Santa Angélica, de Herval (RS), obteve média final de 20,728 pontos e foi montada por Jairo Souza.
1998

Macho - O momento de "colocar o boi na caixa", como dizem os criadores, a distância de menos de um metro do novilho para o favorito Quero-Quero de Santa Edwiges, acabou dando a vitória ao cavalo Campana Farrapo, da Cabanha Nossa Senhora da Conceição, de São Gerônimo.

Fêmea - Entre as fêmeas. a irmã de Quero-Quero, Punhalada de Santa Edwiges, conquistou o Freio de Ouro para Daniel Anzanello, de São Lourenço, com 21,069 pontos.
1999

Macho - Naquele ano, o nível dos 30 machos participantes da prova morfológica foi tão alto que apenas 1,4 ponto separou o primeiro do último colocado. Consuelo do Infinito, montado por Eder Pires, foi o Grande Campeão entre os machos.

Fêmea - Sob mau tempo, a pista embarrada prejudicou o desempenho dos cavalos competidores das provas funcionais. A fêmea vencedora foi BT Demonica, de propriedade da Cabanha Nossa Senhora da Conceição, de São Jerônimo.
2000

Macho - Na virada do século, a aftosa assolava os pampas. Em oito municípios, produtores jogaram fora 160 mil litros de leite por dia, com medo da doença. Destaque de Santa Adriana, da Estância Santa Adriana de São Gabriel, montado por Lindor Colares, foi o Grande Campeão do Freio de Ouro daquele ano.

Fêmea - Mesmo com o medo da aftosa, a raça crioula ocupou a quarta colocação nas vendas da Expointer. O remate da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) teve uma renda de R$ 189,3 mil, com a negociação de 22 exemplares. Na categoria feminina, a campeã do Freio de Ouro foi Reservada de Santa Edwiges, da Fazenda Santa Edwiges de São Lourenço do Sul, montada por Milton Castro.
2001

Macho - O Freio de Ouro, prova máxima dos cavalos crioulos, chegou à sua 20ª edição com público recorde de 30 mil pessoas. O Grande Campeão daquele ano histórico foi Dom Carrasco do Puruña, montado por Felipe Braga Silveira, de propriedade da Estância São Rafael e da Cabanha Boa Vista, ambas de Vacaria.

Fêmea - Mesmo com o trânsito de animais fechado devido a suspeita de aftosa, a Expointer foi um sucesso: o faturamento superou em 9,74% a edição anterior. Na prova feminina, a Campeã foi Butiá Jurerê, montada por João Carlos de Almeida Ferreira, da Cabanha Butiá de Passo Fundo.
2002

Macho - A edição 2002 da Expointer foi marcada pela cruza entre tecnologia e rusticidade. O primeiro animal da central de transferência de embriões da Universidade Luterana do Brasil foi adquirido naquele ano. Já o Freio de Ouro foi conquistado por Candidato Simpatia, da Cabanha Cala Bassa de Aceguá, montado por Marcelo Rezende Moglia.

Fêmea - Reconciliados com a Expointer – depois de amargar vendas de R$ 15 milhões em 2000 – fabricantes de máquinas agrícolas ficaram radiantes com o desempenho na feira daquele ano: R$ 104 milhões. Na categoria feminina do Freio de Ouro, a Cabanha Butiá de Passo Fundo conquistou o prêmio pelo segundo ano consecutivo com Butiá Luiza, montada por Wagner Jesus Neumeister.
2003

Macho - A tradição e o novo alcançaram a vitória na final do Freio de Ouro de 2003, assistido por mais de 30 mil pessoas no parque Assis Brasil. Uma das proprietárias do garanhão BT Harmônico, vencedor entre os machos, é a Cabanha Paineiras, de Uruguaiana,tradicional fábrica de campeões com o afixo BT.

Fêmea - Já a égua vencedora, Entrosada do Junco, foi apresentada pela Cabanha Don Marcelino, de Taquara, administrada pelo jovem Gonçalo Porto Filho, então com 22 anos, de uma família de tradicionais leiloeiros rurais. Os dois animais vitoriosos são filhos do lendário garanhão La Invernada Hornero.
2004

Macho - O Freio de Ouro 2004 entre os machos foi LS Balaqueiro, da Estância São Crispim (Lavras do Sul), com 19,958 pontos. O garanhão já tinha sido Freio de Prata em 2001, tendo no lombo o veterano Wilson Charlat de Souza, que abandonou as pistas nessa prova. Mas a disputa foi difícil: houve alternância nos primeiras posições entre cinco animais e a vitória de LS Balaqueiro só chegou na paleteada final.

Fêmea - Já a égua Santa Etelvina Helenita, que nunca tinha participado da final do Freio de Ouro, ganhou de ponta a ponta a maior prova de eqüinos do Brasil. A douradilha bragada, de sete anos, foi a melhor pontuada entre todos os concorrentes (20,931 pontos) e saiu do Freio de Ouro valorizada em mais de R$ 400 mil. O animal é de propriedade da Cabanha Santa Etelvina, de São Gabriel.
2005

Macho - Um cavalo crioulo de trajetória difícil e que já chegou a ser desacreditado para provas funcionais arrebatou o Freio de Ouro de 2005. Nem mesmo a chuva e o barro na pista prejudicaram o desempenho de Largo da 3J, pai da Cabanha Invernia de Bento Gonçalves. Conduzido pelo ginete Daniel Teixeira, Largo liderou de ponta a ponta, da morfologia à paleteada

Fêmea - Entre as fêmeas, a égua JA Xalalá, com o ginete Milton Castro, assumiu a liderança nas duas últimas provas de campo e garantiu à Cabanha Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul, o sexto ouro em 24 anos.
2006

Macho - No ano em que o Freio de Ouro completou 25 anos, o prêmio não foi para dois criadores, e sim para 13. Entre os cavalos, o ganhador foi Ganadero da Harmonia, pertencente a um condomínio de 12 pequenos e médios criadores e montado por Zeca Macedo. Foi a primeira vez que uma parceria desse tipo levou o primeiro lugar na prova.

Fêmea - No caso das fêmeas, a vencedora é de apenas um dono: a Cabanha Tamboré (São Francisco de Paula). BT Jovem Guarda, comprada em 1997, foi grande campeã da Expointer 2000, ficou em sexto no Freio de Ouro de 2002, foi para a cria e em março de 2006 a cabanha resolveu treiná-la novamente. Deu certo. O ginete Flávio Pereira administrou a vantagem que a égua tirou na morfologia e garantiu a vitória, apesar do pouco tempo de treinamento.
2007

Macho - Uma cabanha tradicional e outra estreante conquistaram o Freio de Ouro 2007. Foi somente na última paleteada que o ginete Zeca Macedo levou o cavalo Senhor de Santa Thereza ao primeiro lugar entre os machos, garantindo a vitória da estreante Fazenda Capão da Lagoa, de Cidreira.

Fêmea - Entre as fêmeas, o ginete Milton Castro, montando Bonita de Santa Edwiges, venceu pela sexta vez a competição e garantiu o sétimo Freio de Ouro para a Cabanha Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul – até hoje, nenhum outro criatório ganhou tantas vezes. Tanto o cavalo quanto a égua eram inéditos na prova e se classificaram no Bocal de Ouro.
2008

Macho - Em uma disputa acirrada que envolvia dois ganhadores do Freio de Ouro, Senhor de Santa Thereza (2007) e Largo da 3J (2005), o cavalo Rodopio de São Pedro, da Cabanha Tracionera, de São Lourenço do Sul, montado por Fábio Silveira, conquistou prêmio somente na última paleteada.

Fêmea - Na disputa de fêmeas, a cabanha Itaó e o ginete Claudio Fagundes levaram para Santiago os freios de ouro e de prata, conquistados por Infância do Itaó e Jura do Itaó, respectivamente. Foi uma recompensa à persistência: as duas éguas já vinham disputando as primeiras colocações há dois anos.
2009

Macho - O ginete Zeca Macedo chegou à última prova como dono das duas melhores notas. Por isso, conquistou o direito de disputar a finalíssima contra si mesmo. Como é impossível montar dois cavalos ao mesmo tempo, Zeca escalou o colega da cabanha La Castellana (Santiago), Bruno Vaz, para comandar Los Hermanos Cimarron, enquanto ele montou Matreiro do Itapororó. Com 20,584 pontos, Zeca conquistou o tricampeonato - ele já havia vencido em 2006 e 2007.

Fêmea - A prova também foi acirrada entre as fêmeas. Uva Merlot 340 Maufer, da Cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, venceu na última paleteada, disputada com a Freio de Prata, Firmeza 1278 do 1040. Foi o primeiro título do experiente ginete Nei Lima e o primeiro Freio de Ouro da Cabanha Maufer.


Fonte: www.canalrural.com.br/freio-de-ouro-2010

Um comentário:

Anônimo disse...

Vilson Souza campeão até hoje