quarta-feira, 18 de março de 2009

JADER LEAL NO MARIO QUINTANA

IMPERDÍVEL... apresentação desse baita músico, campeiro uma barbaridade. É no próximo dia 26/03/2009 (terça-feira) na Casa de Cultura Mario Quintana às 20hs. Maiores informações (51) 9176-1290

segunda-feira, 16 de março de 2009

ARAMBARÉ – 2009

14/03/2009 - COPA DO PROPRIETÁRIO na fazenda CABANHA DO PONTAL em Arambaré/RS.

Pois bem, não sou cabanheiro, não tenho caminhoneta, muito menos cavalo, mas não por opção e sim por falta de pila na guaiaca... mas acho eu, que por ser cria da campanha gosto por demais dum mosquedo, ainda mais quando envolve campo e cavalo crioulo... Pois bem, conforme planejado a mais de 3 meses e a convite do meu amigo Cleber que é um dos organizadores do evento, no sábado passado, me pilchei a capricho, carreguei o auto com as tralhas e as 06:45 da manhã eu e minha amada (Docinho) pegamos a estrada.

Na nossa frente conforme combinado, já estava indo o nosso amigo Otacílio e a esposa Lisandra. Otacílio na sua van atrolhada de tranqueira (e um relho bem fedorento) e atrelado à van um reboque com sua égua crioula TROVOADA... tudo ia bem quando ao passar pelo segundo pedágio logo após Guaíba recebo uma ligação no meu celular do meu amigo, pedindo que levasse água pois sua van devido ao forcejo ferveu e tava loca de sede... *******

Paramos num bolicho de beira de estrada, compramos cinco litros de água mineral e se tocamos estrada a fora até achar a van parada no acostamento, onde para nossa surpresa lá estava: a van, Otacílio e Lisandra conversando com três indivíduos, o reboque vazio e a Trovoada pastando no acostamento... *******

Chê, que rico bostaço... o Otacílio sem nada para fazer enquanto nos aguardava inventou de dar comida para a égua, e o animal (a égua) se assustou com o home, e vastro arrebentando o lastro de ferro onde estava amarrado vindo a emborca pra fora do reboque se amontoando no asfalto... foi ai que encostou um siena com três cueras que estavam a caminho de Pelotas para dar uma mão, momento em que eu e a Tati chegamos. Depois de ficar por dentro do sucedido, começamos a função. Foi amarrada uma corda ao bucal da Trovoada e passada por dentro do reboque, onde enquanto o Otacílio e um dos taitas ficaram puxando a égua, eu segurava uma corda amarrada ao reboque formando um “potreiro” para evitar que ela se jogasse na frente de algum caminhão que passava pela BR, e os outros dois repontavam a medonha.

******* Não é que a calavera da égua ao subir a rampa do reboque vastrou denovo, só que dessa vez ela caiu de costas no chão e acabou caindo barranco abaixo, foi égua pra todo lado, caiu levando tudo por diante e se escangalhando toda nas pedras vindo a se acomodar por cima duns maricá e ficou estatelada no chão... silêncio fúnebre, quando alguém com voz de pavor diz: “ai ai ai... se quebrou toooda”.

Otacílio desce o perau a pique para ver o estado da égua... e graças a Deus e para alegria de todos, tirando as escoriações e arranhões a Trovoada estava bem e não havia quebrado nenhuma peça... Mas como não existe nada ruim que não possa piorar, arrumamos mais um problema... subir a égua para o acostamento... nesse meio tempo os três cueras picaram a mula e se mandaram estrada a fora. Passado o susto, achamos um lugar onde atravessamos a van no meio de uma estrada de chão de acesso a alguma fazenda, acomodando a tampa do reboque num barranco onde ficaria mais fácil o embarque... deixamos a Tati e a Lisandra mateando e eu e o Otacílio voltamos para planejar o resgate da Trovoada... situção: de um lado um perau de uns 4 metros do outro um alambrado novinho o qual inicialmente e sem opção o negão queria passar o alicate nos fios, pois do outro lado o campo era limpo e facilitaria a remoção da maleva... mas como somos homens de bem, não fizemos essa maldade com propriedade alheia... achamos a uns 200 metros um lugar por onde seria possível retirar a égua, porém no caminho havia muitos galhos de marica e matos a serem removidos o qual eu me grudei de um lado a golpe de facão para abrir uma picada e o Otacílio do outro já trazendo a égua... mas não é que eu dei um faconaço num galho que por sua vez acabou chacoalhando um outro que tava cheio de marimbondo daqueles da bunda vermelha, e o praguedo se atracaram em mim que nem porco no batatal... mas não afroxei, depois de algumas picadas e arranhões de maricá conseguimos abrir caminho e tirar Trovoada do “buraco”.

Quando parecia tudo resolvido, pois a égua tava bem, o reboque num lugar apropriado para o embarque, não é que a “diaba” negaciou outra vez, caiu denovo, só que dessa vez embaixo do pára-choque do reboque onde no pavor conseguimos tirar ela... se escalavrô mais um pouco, mas daí já cansada e ferida armamos a seguinte estratégia... corda no bucal transpassada por dentro do reboque, onde eu puxava sem afrouxa e o Otacílio amarrou outra corda do lado direto passando por trás da Trovoado e ficou do lado esquerdo no vão onde ela já havia caído... dessa vez, com muita calma e sem alarde, passo à passo ela foi entrando e depois de muito forcejo finalmente ela entrou... que alívio...

De volta a estrada, bem devagarinho como quem tropeia lesma se toquemo em direção Arambaré. Parada para tomar um café pois nessas alturas a fraqueza já nos governava...

Estrada denovo, e após uns 16km tchê Otacílio da pisca e encosta denovo, pensei: “ué, mas o que será agora”... a van tava fervendo denovo, tempo para esfriar e de-lê água... água essa que acabou e prevendo um novo aquecimento, falei pro Otacílio: “te larga na frente que eu e a Tati vamos parar em algum lugar para pegar água e já te alcançamos”.

Com a água na cambuca ao chegar no acesso a Arambaré liguei para o Otacílio onde a Lisandra me atendeu e disse que aguardássemos onde estávamos, pois o Otacílio havia pego a estrada à esquerda, quando o correto seria a direita... mas a essas alturas já estávamos no lucro, estacionei na sombra e avistei a van pelo retrovisor... só que nada da van se mexer, liguei novamente e mais uma “boa” notícia... um dos pneus do reboque havia se extropiado... fomos até lá pra dar uma “mão”... enquanto as muié pintavam as unhas eu ajudava o meu amigo...

Mais uma empreitada concluída e depois de mais de 50km de estrada de chão...

...finalmente chegamos na Cabanha... isso já passado da uma da tarde... e lhes digo, eu e o meu amigo seriamos facilmente confundidos com um peão que trabalha na fazenda, pois tal era nosso estado... parecia que havíamos acabado de chegar da lida, tapados de judiaria, mas loco de faceiro pois afinal de contas temos histórias para contar e tudo deu certo graças ao patrão velho lá décima... Viagem essa que lhes garanto, se não foi a melhor que já fiz, esta entre as 2... Deixo aqui minha sincera admiração ao espírito de aventura (e bota aventura nisso) a minha amada Tati e a minha grande amiga Lisandra, que com grande paciência nos acompanharam nessa que será por muitos interpretada como indiada, mas para nós um baita final de semana que por muito tempo nos renderá boas risadas e recuerdos pela vida toda.